Método Introspectivo

01-06-2010 20:53

A observação interna e reflexão por parte do próprio sujeito com o intuito de conhecer as suas emoções, denomina-se introspecção. Assim, o indivíduo torna-se ao mesmo tempo sujeito do conhecimento e objecto de estudo num processo de auto-observação.

A Introspecção controlada implica a presença de observadores externos. São eles, observadores treinados que devem descrever as suas próprias experiências, resultantes de uma situação experimental definida. Os dados recolhidos são depois interpretados por uma equipa de psicólogos.

Este método é defendido pela corrente Associacionista, pois estuda as emoções e os estados de consciência de forma sistemática.

 

A introspecção controlada engloba várias etapas, sendo elas:

1.       Apresentação de um conjunto de pequenos estímulos visuais e auditivos a um conjunto de observadores treinados;

2.       Os sujeitos descrevem as suas emoções recorrendo a termos predefinidos;

3.       Os dados eram depois relacionados e interpretados por uma equipa de psicólogos.

 

Este método foi desvalorizado pois não conseguia evitar o subjectivismo.

  •          Observação é retrospecção: A observação de um facto é distinto da sua vivência o que levaria a uma separação do ser humano em dois: o que sente e o que pensa.
  •          Objectividade nas emoções: ao relatarmos as nossas emoções, tendemos a eliminar as emoções não aceites socialmente acabando por modificá-las.
  •          Controlo exterior: não há garantias de que as emoções expressas sejam verdadeiras pelo que a investigação fica limitada.
  •          Racionalização: o sujeito tende a apresentar as suas emoções de uma forma controlada e dentro de um sistema lógico.
  •          Linguagem e expressão de emoções: existe uma certa dificuldade em verbalizar as emoções, principalmente nas crianças e deficientes mentais, o que limita a sua utilização.
  •          Limites de aplicação: não explica respostas fisiológicas.

 

Apesar de todas as limitações, este método permite o estudo dos pensamentos e uma tomada de consciência dos actos, pelo que continua a ser utilizado, embora em contextos diferentes dos propostos por Wundt.