Desenvolvimento na Adolescência

08-05-2010 12:13

A adolescência é uma época da vida marcada por transformações fisiológicas, psicológicas, afectivas, intelectuais, morais e sociais vivenciadas num dado contexto cultural.

Uma das dificuldades do conceito de adolescência advém da delimitação etária deste período, pois existem diferenças entre os contextos culturais, géneros (masculino/feminino), meios geográficos e condições socioeconómicas

Se se pode afirmar que a adolescência começa com a puberdade, já não é tão fácil dizer quando termina. È difícil definir quando se é adulto, pois essa definição passa pelo entre cruzamento de factores biológicos, afectivos, socioculturais e geográficos.

Será importante relevar que a adolescência se define vulgarmente pela negativa: o adolescente já não é criança e ainda não é adulto.

As dificuldades na definição são agravadas pela existência de preconceitos, reflectidos nas frases feitas do “senso comum” que caracterizam a adolescência como “idade do armário”, “idade da Caixa”, “estar na fase”, “idade mais maravilhosa”, etc. Simultaneamente, encontramos representações sociais que quase associam o jovem a vandalismo, marginalidade, delinquência, droga.

Pode definir-se adolescência como o período em que se inicia a puberdade (cerca dos 11/13 anos) e vai até à idade adulta. É um processo dinâmico de passagem entre a infância e a idade adulta, isto é, em que o sujeito constrói a sua identidade e autonomia, desenvolve projectos de vida e se insere na sociedade.

 

A adolescência caracteriza-se por um conjunto de transformações: fisiológicas, intelectuais, sociomorais e afectivas:

  •                       Transformações fisiológicas – ocorrem um rápido crescimento orgânico, resultante do funcionamento das glândulas sexuais. Desenvolve-se todo um conjunto de características sexuais secundárias (no rapaz – aparecimento de pêlos na cara, nas pernas, peito e zona púbica, mudança da voz, modificação dos odores corporais; na rapariga aparecimento de pêlos nas axilas e zona púbica, alargamento das ancas e aumento dos seios). Os órgãos sexuais entram em funcionamento e são estas modificações que permitem a função reprodutora, em especial a ejaculação no rapaz e a menstruação na rapariga. Destaca-se, também, o desenvolvimento dos sistemas nervoso e endócrino.
  •                       Transformações intelectuais – graças ao pensamento formal, o adolescente tem capacidade de reflexão e abstracção, o adolescente pensa a partir de hipóteses (raciocínio hipotético-dedutivo), desenvolve novas capacidades de avaliação dos outros e de si próprio (egocentrismo intelectual – o adolescente sente-se o centro e as suas teorias sobre o mundo aparecem como as únicas correctas). Estas novas capacidades permitem também um maior desenvolvimento da capacidade imaginativa
  •                       Transformações sociomorais – o jovem vai interessar-se por problemas éticos e ideológicos, discutindo valores e princípios. O jovem adquire um novo estatuto social e papel na comunidade decorrente da participação activa na vida cívica.
  •                       Transformações afectivas – as relações preferenciais alteram-se, com o grupo de pares a ter uma grande importância no processo de procura de identidade. A construção da autonomia leva o adolescente a alterar a relação com os pais e adultos que lhe serviram de modelos durante a infância. Na procura de autonomia e na construção da identidade, reorganiza a imagem de si próprio, explorando e assumindo novos papéis.