Experiência Precoce em Crianças Economicamente Desfavorecidas

05-06-2010 18:14

O Early Training Program (experiência precoce) foi criado com o objectivo de intervir nas atitudes e aptidões relacionadas com a realização educacional. O programa tinha como alvo crianças do pré-escolar, economicamente desfavorecidas, e inclui não só as crianças, mas, também, os seus familiares.

         Resultados de uma experiência realizada com crianças, escolhidas aleatoriamente, em 1960, mostraram que as crianças do grupo experimental superaram, 1 ano depois do inicio da experiência, as do grupo de controlo no QI, receptividade do vocabulário, distinção e conhecimento de palavras e no tempo de aprendizagem da leitura. No entanto, alguns destes resultados não se mantiveram nos testes realizados posteriormente.

 

Descrição do Programa

         População alvo: crianças economicamente desfavorecidas com idades compreendidas entre os 4 e os 5 anos.

         O programa envolve visitas semanais às casas das crianças, durante 1 ano, bem como um programa de ocupação de meio dia durante 10 semanas no verão.

         O programa dura  2 ou 3 anos.

 

Avaliações/testes do programa

         População avaliada: crianças Afro- Americanas, com baixos rendimentos, de 2 pequenas cidades do sul. 61 crianças da primeira cidade fizeram parte de um estudo experimental. 27  crianças da segunda cidade serviram de grupo de comparação.

         Experiência: as 61 crianças, da primeira cidade, foram divididas, aleatoriamente, por 3 grupos distintos. O primeiro grupo recebeu 3 anos do projecto de Early Training, onde tiveram encontros semanais e 3 verões com o programa de ocupação de meio dia numa pré-escola, durante 10 semanas. O segundo foi submetido a 2 anos de encontros semanais e ao programa pré-escolar (que se iniciou 1 ano após ao do primeiro grupo). Por fim, o terceiro grupo não recebeu nenhum tratamento de intervenção. Também, as 27 crianças do grupo de comparação não receberam nenhuma intervenção.

         Durante os primeiros 3 anos da experiência, as crinaças foram sujeitas a pré e pós-testes, durante o Verão. Os testes seguintes foram realizados durante o quarto, quinto e sétimo verões. As crianças foram testadas através de diferentes métodos: Stanford-Binet, teste Piabody Picture Vocabulary (PPVT) e teste Metropolitan Achievement.

Resultados: revelaram que durante os anos em que foram realizados os testes as crianças dos grupos experimentais tinham uma melhor performance do as do grupo de comparção.

         O grupo experimental superou o de comparação no PPVT, no entanto esta superação não se observou no último teste realizado. No teste Metropolian Achievement, as crianças do grupo experimental obtiveram melhores resultados do que as do de controlo no que diz respeito ao conhecimento das palavras, à distinção de palavras e à aprendizagem da leitura no final do primeiro ano. Mas, no final do sétimo ano as crianças apenas diferiam no conhecimento das palavras e na leitura.

 

Programa Head start nas populações nativas indígenas americanas e do Alasca.

         O sucesso escola, evidenciadao pelos anos de escolaridade e pelos resultados nas avaliações escolares é uma área onde as disparidades emergem cedo nas populações dos US.

         É entre as populações nativas indígenas americanas e do Alasca que se observa grandes disparidades no que respeita aos cuidados de saúde e aos indicadores sócio-económicos. Para as crianças destas civilizações as elevadas taxas de pobreza, violência, mortes precoces e cuidados de saúde inadequados representam grandes obstáculos para o seu desenvolvimento.

         Como um dos principais esforços para ultrapassar as lacunas iniciais do desenvolvimento das crianças, o programa Head start procura reunir as necessidades educacionais, sociais, económicas e de saúde, de crianças do pré-escolar com baixo rendimento, através da educação e desenvolvimento na primeira infância, serviços médicos, odontológicos e de saúde mental, e através do envolvimento parental no desenvolvimento delas.

         Resultados dos estudos do impacto do programa Head start, das experiências da família e da criança e da avaliação nacional dos primeiros Head start, têm mostrado que a intervenção precoce nas crianças faz toda a diferença nas suas vidas, tanto a curto como a longo prazo.

 

Projecto pré-escolar Perry e Rome Head Start         

         O projecto pré-escolar Perry foi implementado para melhorar o rendimento escolar das crianças empobrecidas, com idades compreendidas entre os 3 e os 4 anos, e para aumentar as probabilidades de serem bem sucedidas no futuro.

Os resultados, deste programa, indicaram que em todos os anos lectivos os participantes obtiveram bons resultados, baixo numero de reprovações e só uma pequena percentagem necessitou de ensino especial.

         Nos estudos posteriores, realizados quando os participantes tinham 26 anos de idade, constatou-se que para além do sucesso escolar, eles tinham menor número de detenções e menor necessidade de recorrer à assistência social.

         Tal como o projecto referido acima, o Rome Head Start study avaliou o modo como este programa influenciava o sucesso escolar das crianças pobres. Em 1966, o programa Head Start foi iniciado em Roma, Georgia, e tinha como publico alvo crianças de 5 anos economicamente desfavorecidas. O programa decorreu em part-time de Janeiro a Agosto.

         Nos estudos posteriores, onde avaliaram os efeitos a longo prazo do programa, Monroe e Mc Donald identificaram todas as escolas financiadas pelo estado, de Roma, e analisaram de que forma é que elas aderiram ou não ao programa Head Start. Eles comparam os dois grupos em percentagens de alunos com necessidade de ensino especial e percentagens de abandono escolar. Concluíram que o grupo de escolas que aderiu ao programa tinha menor percentagens de alunos com necessidade de ensino especial e de abandono escolar